As vezes ficamos paralisados, com medo, ansiedade, necessidade de controlar o futuro...e a confiança em nossa essência? Na alma que nos nutre, que nos dá sinais, intuições, fala conosco através dos sonhos, coloca pessoas e situações em nossa vida a todo momento...a alma é livre, o corpo é que nos aprisiona à idéia de que somos somente isso. A mente também nos aprisiona, mas é somente através dela que nos libertamos da falsa idéia de quem somos fundamentalmente.
Nós somos parte desse corpo divino que é o universo. Somos sua manifestação, e como seres humanos, temos uma mente que consegue refletir essa consciência. Quanto mais afiada e cristalina, maior o poder de reflexão. A sensação de que nos falta algo é falsa. A busca por uma felicidade é falsa. O sofrimento é falso. Não falso no sentido de que não exista. Claro que existe, e como dói! Mas é falso no sentido de que está baseado em falsas identificações. Nos identificamos com esse corpo, essa mente, essa vida e é claro, nos sentimos limitados e frustados. A partir do momento em que o indivíduo descobre que é muito mais do que mente e corpo, que sua essência é ilimitada e eterna, aí sim, não há REAL MOTIVO para o sofrimento.
Não há o que buscar, o que fazer, um lugar onde se deva chegar. É preciso SABER, reconhecer que você JÁ É a felicidade que tanto busca. Mesmo depois de saber, volta e meia nos esquecemos e ficamos ali imersos nos sentimentos, pensamentos, nas emoções, no vai e vem do mundo. Mas aí nos lembramos novamente e por aí vai, como uma meditação, deixamos a mente ir e a trazemos de volta. Mesmo quando totalmente absorvido pela dor, é possível perceber um estado de plenitude, beeeeem lá embaixo, como se fossemos um rio em que na superfície só vemos uma água turbulenta, muitos galhos, muitas pedras, muitas folhas e lá embaixo uma água cristalina e calma, só silêncio e nada mais.
A sensação de silenciar a mente, por frações de segundo que sejam, é uma das coisas mais impressionantes da vida, o Samadhi. É algo tão forte, que pode se tornar um obstáculo para aquele que busca a liberação, ficar preso a idéia de que essa sensação é que é a felicidade e passar a buscá-la novamente incessantemente. Não é. A alegria e o entusiasmo não são ESSA FELICIDADE da qual eu falo, da qual os VEDAS falam. Essa felicidade é algo muito maior, algo pleno, imutável, real. A nossa vivência é de um mundo absolutamente mutável, dual, inconstante por natureza. E por isso sofremos tanto. Mas e quando estamos em sono profundo, para onde vai essa dor? No sonho ainda temos a mente ali trabalhando, mas e quando entramos em um outro estado de consciência? Não sentimos mais o corpo, não sentimos mais a mente. Quem está ali?
Quem você é realmente.
Temos muitas experiências de que somos limitados, mas algumas nos dão a dica de que não é bem assim. O sono profundo é uma delas. Contemplar uma paisagem e não sentir falta de absolutamente nada é outro exemplo. Ter um orgasmo pleno e perder a sensação de corpo, mente, tempo e espaço é outro.
A vida pode ser muito mais simples do que se pensa. Basta parar de pensar tanto...
obs.: Obrigada Gloria.
Obrigada Sergio.